Familaires do adolescente assassinado por militares das FAA sem indemnização há mais de quatro anos.




Os pais do pequeno Rufino, adolescente de 14 anos, assassinado a tiro em 2016, por um efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), quando tentava impedir a demolição da residência dos seus progenitores, no conhecido bairro “Walale”, distrito do Zango, município de Viana, em Luanda, reclamam do não pagamento  da indemnização de dois milhões de kwanzas, definida pelo Tribunal Provincial de Luanda.

Marciano António Rufino, 44 anos, pai do malogrado Rufino, disse  que até ao momento a família não recebeu nenhuma indemnização e já lá passaram cerca quatro anos desde que foi ditada a sentença pelo juiz do Tribunal Provincial de Luanda.

No processo, foram condenados a pena de um a dezoito anos, quatro militares envolvidos na morte de Rufino António, durante uma acção de demolições na zona do Zango, sendo que, na altura, os militares alegaram que cumpriam ordens dos seus superiores hierárquicos

Passados quatro anos, após a sentença do caso que chocou a sociedade angolana, os familiares continuam a espera do valor da indemnização definida em dois milhões de kwanzas.

“Não vimos nada até agora, o tribunal não diz absolutamente nada e estamos preocupados com isso”, disse Marciano António Rufino.

Com lágrimas nos olhos, Maria Fernando Ngunza, apela aos órgãos competentes a resolverem o assunto, apesar de, “a dor da perda do filho não ser curada com o valor da indemnização”, afirmou.

Os familiares lamentam igualmente o “silêncio” do advogado do processo, Luís do Nascimento, que segundo o pai do pequeno Rufino, “nada mais diz sobre os meandros da indemnização”.

Recorda-se que, após o acórdão, o tribunal mandou os quatro homens das Forças Armadas Angolanas para a cadeia, sendo que o 1º sargento José Alves Tadi foi considerado o autor do disparo da arma de fogo que vitimou Rufino António, tendo sido condenado a 18 anos de prisão maior por crime de homicídio voluntário simples.

Os outros três soldados, identificados por Lucas Tulukondene, Gabriel Ernesto Domingos “Bravo” e José Pequenino foram condenados a pena de um ano de prisão.

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